Nuno Ribeiro escreveu, compôs e produziu “Tarde Demais”, aquele que será o primeiro single de um EP a ser editado ainda este ano. A canção nasceu durante a quarentena e o vídeo foi também criado e filmado em casa.
Nuno Ribeiro conta como tudo aconteceu: “Durante a minha actuação no #FestivalEuFicoEmCasa, não sei se foi por estar em casa, por estarmos unidos numa luta comum, achei que fazia todo o sentido partilhar algo íntimo com todos os que estava a assistir. Assim sendo, decidi tocar uma música original que tinha combinado com a minha editora lançar apenas em maio ou junho. As reacções foram tão fortes que de repente percebi que a música já não era só minha. Era a altura de a libertar. Falei com a minha editora e pus mãos à obra. Tenho a sorte de viver com o meu irmão que é realizador e fotógrafo e a minha namorada que é maquilhadora. Tirámos a foto da capa do single e gravámos o videoclipe em nossa casa. Todos sabemos que este é um momento do qual nunca nos iremos esquecer, por mais anos que passem. Estou certo que durante os anos que aí virão lembrar-me-ei, sempre !, do momento em que vos toquei esta música pela primeira vez e de como todos juntos ultrapassámos as dificuldades do momento.” “Tarde Demais” acontece 2 anos após o lançamento do seu primeiro single “Tu”, precisamente em Abril de 2018. Desde então não tem parado, incluindo espectáculos, composições e produções para si e para outros artistas confirmando-se a cada dia como um dos maiores talentos da actualidade da música portuguesa. A nova canção, já está disponível em todas as plataformas digitais, com o selo Warner Music Portugal.
[Verso 1] Eu sei que a vida foi uma puta e não foi só comigo Levei muita fruta mas nunca me dei por vencido Tenho vencido várias lutas, tenho conseguido Tenho seguido o meu caminho me'mo que fodido Já fui ao chão, mas levantei-me a lição veio de obriga Eu limpo a cara e siga Até à despedida sigo, pode ser que consiga Honrar a família, e vê-los todos com barriga Poder dizer a qualquer um deles, qualquer coisa: liga Sede de vencer, sem pesadelos, paz e amor à vida Só amor sem briga, a dor só nos fadiga Já perdoei, também errei, verdade seja dita! Também falhei e falhei grave, 'tava noutra liga Faltei, fiz falta, aos meus putos isso deixou ferida Agradeço à minha ex, ela foi minha amiga Mais que umas fodas, ela ouviu-me e disse-me: "acredita" E eu acreditei Disse-lhe: "lembra-te" e bazei Quero que ela esteja bem Ela sabe o que eu dei, não vou falar disso Viu algumas coisas que eu passei, tentou passar juízo E me'mo com aquilo que eu passei eu mostrei um sorriso! Sorrir p'a life sempre, sentir a vibe sempre Sei que cada dia é um fight, se correr mal aprendo Eu vou sobrevivendo Não vale a pena contar tudo, há dicas que só vendo Não faltem forças p'a lutar, não sei sonhar pequeno
[Refrão] Mano eu 'tou vivo, ouve o que te digo Eu não 'tou sozinho, comigo tenho 2725 Mano eu dinamizo, sigo o meu caminho Eu não 'tou sozinho, comigo tenho 2725
[Verso 2] Conto-vos pelos dedos, poucos mas suficientes Conto-vos segredos quando não 'tamos cientes Desconto em instrumentos, alguns dos meus sentimentos No coração guardo momentos, amigos viram parentes Conto-vos pelos dedos, poucos, mas suficientes Loucos, mas contentes, é diferente quando sentes É intenso e fica sempre, 'tou a viver intensamente Mais um brinde, eu 'tou vivo, ativo a viver o presente Não quero saber do passado, do futuro não quero saber Pensar muito aqui não cabe, 'tou a deixar acontecer Eu também já fui soldado, mas tive que crescer Aprendi a não ligar ao que os outros vão dizer Mais um palco p'a pisar, se correr bem 'tá zero a zero É importante não deixar o foco e cagar no que eu quero Essas bitches vão tentar desviar-me, muito lero Até damas dos meus tropas, é errado, não vos pero!
[Refrão] Mano eu 'tou vivo, ouve o que te digo Eu não 'tou sozinho, comigo tenho 2725 Mano eu dinamizo, sigo o meu caminho Eu não 'tou sozinho, comigo tenho 2725
[Bridge] Tens o quê? Eu tenho 2725 Tens o quê? Eu tenho 2725 Não ouvi... Eu tenho 27, eu tenho 27
[Verso 3] Todos os passos do caminho deram-me sempre algo Os laços que eu fiz 'tão comigo em palco Me'mo que me vejas só a mim, eles tão do meu lado Se os vires vês atitude tipo que é um assalto Ya, eu sonho alto, o sono bate mas mais um bocado Eu aguento, sei que quando baicar vou bazar deitado Se 'tou lento é o meu sangue, alcoolizado é o meu estado Não somos filhos da me'ma mãe, mas irmãos na humildade Por isso eu agradeço, nunca esqueço, juro! Seja qual for o preço eu permaneço puro! Por isso eu agradeço, nunca esqueço, juro! Seja qual for o preço eu permaneço puro!
[Refrão] Mano eu 'tou vivo, ouve o que te digo Eu não 'tou sozinho, comigo tenho 2725 Mano eu dinamizo, sigo o meu caminho Eu não 'tou sozinho, comigo tenho 2725
[Outro] (Eu tenho 2725) Eu tenho 2725 (Eu tenho 2725) Eu tenho 2725 Não ouvi... Eu tenho 27, eu tenho 27 Não 'tou sozinho, não 'tou sozinho Eu não 'tou sozinho, não 'tou sozinho Eu não 'tou sozinho, não 'tou sozinho
José Afonso é reconhecido como um dos mais importantes nomes da cultura nacional. Cantautor, artista e homem político de corpo inteiro, foi fundamental na inspiração e empoderamento de um país em luta contra o fascismo, pela liberdade, equidade, fraternidade.
Revolucionou a canção de Coimbra, o canto de intervenção e a música popular, experimentou e lançou pistas para a descoberta das ligações entre África e a Beira Baixa, por exemplo. Não faltam canções de referência, hinos conhecidos de cor por todos nós, discos inolvidáveis, concertos arrepiantes que ficaram para a história… Deixou legado e iluminou os seus pares, em gerações consecutivas, até hoje.
E é por isso que todas as ocasiões são boas para revisitar a obra e o homem, e todos os pretextos são bons para reforçar a sua importância e despertar a curiosidade de novas gerações. Quando tudo o que foi conquistado parece certo, surgem ameaças locais, nacionais e globais, e tudo muda.
Agora que se comemora o 25 de abril e todas as mudanças benéficas que trouxe ao nosso país, a Valentim de Carvalho lança pela primeira vez no mundo digital o EP “Cantares de José Afonso” de José Afonso.
Editado em vinil em 1964, inclui quatro temas originais, com destaque para "Ó vila de Olhão", uma faixa censurada na altura. Por esse motivo, a primeira edição foi retirada do mercado. A segunda edição, já em 1969, tinha apenas o instrumental da música. Em 1974 foi lançado o single "Ó vila de Olhão" já com letra e capa composta por uma pintura de Maluda intitulada “Olhão”.
Disponível em todas as plataformas digitais - clica aqui.
Aqui podes ouvir na íntegra o EP "Cantares de José Afonso" que contêm os temas "Coro dos Caídos", "Canção do Mar", "Maria" e "Ó vila de Olhão".