«...foi dos temas que mais interesse foi despertando no público...»
Neste período de quarentena, em que o confinamento nos faz valorizar ainda mais a natureza, o João Canedo preparou um novo tema, "À Tua Espera", gravado ao ar livre.
A música "À Tua Espera" tem uma versão ao vivo com banda, apresentada pela primeira vez em 2018 na Casa da Música (Joao Canedo Trio - À Tua Espera | live @ Casa da Música 2018). Desta vez, no entanto, o João Canedo arranjou-a para guitarra solo com todas as percussões e artefactos que achou melhor o servirem.
Sobre "À Tua Espera": Numa madrugada, o João gravou um pequeno vídeo que partilhou no Instagram, uma ideia, com uma quantidade de hashtags, e questionava-se se aquilo viria a tornar-se uma música ou não. Uma amiga de Vila Real viu o vídeo e escreveu-lhe que essa ideia já era música. Falaram do assunto e enquanto o João dizia que não era uma música, senão apenas uma ideia, ela respondia que aquela pequena ideia já estava a fluir e mostrou que aquele excerto já era música. Surpreendido e movido pela opinião da amiga em relação a algo que, para ele, era um produto não estruturado, desinteressante ainda, sem uma boa imagem ou som, propôs-lhe que ela desse título ao tema, estando empenhado em desenvolvê-lo. Ainda tardou em que ela o intitulasse, tendo feito questão de só entregar o nome ao João pessoalmente. O tema foi sendo trabalhado, até que passou a ter um "início, meio e fim" e começou a ser tocado ao vivo, com o título provisório de "Novo". Curiosamente foi dos temas que mais interesse foi despertando no público. Finalmente, passado algum tempo, e sem ter ouvido mais do que apenas aquele "rascunho" no Instagram, a sua amiga sugeriu-lhe "À Tua Espera".
«A força das canções de José Afonso não se esgota nas suas palavras»
"Zeca" é o novo disco de Pedro Jóia, uma homenagem a José Afonso.
Nas palavras de Pedro Jóia, “Este disco é uma homenagem muito afectiva de um guitarrista português à dimensão que a obra musical de José Afonso tem na cultura popular nacional passados mais de trinta anos sobre o seu desaparecimento. A força das canções de José Afonso não se esgota nas suas palavras. A sua música é a um tempo simples, directa e de uma intensidade pungente. São aqui apresentadas versões para guitarra - o instrumento que Zeca usava para compor a sua música e para se acompanhar. Tenho ainda o privilégio de embarcar nesta viagem musical com o meu querido amigo e grande percussionista José Salgueiro.”
Concerto de apresentação no Grande Auditório do CCB a 08 de outubro
O novo álbum dos Pop Dell’Arte, “Transgressio Global”, o primeiro da banda com selo Sony Music, saiu, finalmente.
Agendado inicialmente para março, o disco teve a sua edição adiada devido à pandemia do Covid 19, tendo o mesmo acontecido ao seu concerto de apresentação no Grande Auditório do CCB, entretanto reagendado para 8 de outubro.
Gravado e misturado entre 2017 e 2019, “Transgressio Global” conta ainda com outras vinte faixas, onde se visitam várias épocas históricas - como se o tempo se comprimisse num presente feito de vários tempos, explica João Peste - e se exploram várias sonoridades, mantendo sempre a identidade musical transgressiva dos Pop Dell’Arte. Assim, ao ouvi-lo, tanto é possível encontrar a poesia de Camões ou de Catulo, uma versão do clássico “El Derecho de Vivir en Paz” de Vitor Jara, bem como referências dispersas à mitologia greco-romana, ao panoptismo das sociedades de controlo contemporâneas, a Michel Foucalt, a Arvo Pärt, a Picasso, aos Sex Pistols ou aos Doors.
Para além de João Peste (voz), Paulo Monteiro (guitarra) e Zé Pedro Moura (baixo), o novo registo dos Pop Dell’Arte, “Transgressio Global”, conta com a estreia do baterista Ricardo Martins.
Primeiro cartão de visita do seu 2.º álbum a ser editado ainda este ano, sucessor de Nome Próprio
“Quem era/ Como era/ Somos só memória à espera de não ser esquecida”. Estes versos são retirados do novo e muito aguardado single de Ana Bacalhau e, mais do que nunca, estas palavras têm um grande impacto face ao contexto que todos vivemos.
A cantora lança o single “Memória”, primeiro cartão de visita do seu segundo álbum, sucessor de “Nome Próprio” (2017), a ser lançado ainda este ano.
Para este single, Ana Bacalhau decidiu pegar no telefone e desafiar João Direitinho, Guilherme Alface e Mário Monginho, membros dos ÁTOA, para escreverem esta canção. “Quando ouvi o primeiro rascunho, senti imediatamente que era aquilo de que andava à procura”, diz a cantora. A produção ficou a cargo de Twins (já trabalhou com Fernando Daniel, Murta, Dengaz, entre outros).
“Memória” é uma canção bastante emotiva. Fala de alguém que está à procura de si, perdido entre a memória do que foi e a incerteza do que virá a ser.
Sobre este novo single, Ana Bacalhau refere: “Revi-me na história que é contada. Estou numa fase de mudança pessoal, de crescimento, de desconhecimento e reconhecimento de quem sou, olhando para trás para me lembrar de quem fui, na certeza de que já não sou essa pessoa e querendo perceber em quem me estou a tornar.”
Apesar de ter sido escrita e gravada muito antes de tudo o que está a acontecer, “Memória” acaba por ser uma canção muito atual e que reflete os tempos de incerteza que muitos vivemos.
Ana Bacalhau deixa uma mensagem: “Um abraço a todos os que sofrem, por doença, por perda de um ente querido, por lutarem todos os dias para salvar as vidas de outros, colocando a sua em perigo, por fazerem chegar aos outros bens essenciais, arriscando-se, por terem perdido o seu meio de subsistência, a sua saúde, a sua alegria. Por se sentirem sós e perdidos. Um enorme abraço a todos.”
"Lágrima", "Ai Mouraria", "Com que voz" são alguns dos temas presentes
A morte só mata quando deixamos. Enquanto celebrarmos a vida que a antecedeu, pode ser contrariada e menorizada. A vida enquanto percurso, enquanto afirmação, enquanto legado e enquanto força capaz de inspirar outros a fazerem o seu próprio caminho. De certa forma, é isso que está por detrás do disco “Amália por Cuca Roseta”. Mais do que uma homenagem de Cuca Roseta à maior voz do fado, trata-se sobretudo de um agradecimento pessoal a uma mulher e a uma obra que, desde o primeiro momento, se tornaram um alicerce fundamental para o seu crescimento artístico enquanto fadista.
Amália Rodrigues despediu-se do mundo a 6 de Outubro de 1999. Há 21 anos, portanto. Mas o seu génio é demasiado flagrante para que deixe de ser celebrado – e nunca será de mais lembrar uma obra que partiu do fado, virou o fado do avesso e convocou também outras músicas populares para o seu universo. É essa enorme vastidão de registos que Cuca Roseta leva também para o palco e para o estúdio, celebrando um reportório que só ao ser reinterpretado pode manter-se vivo e capaz de conquistar novos públicos.
Acontece que “Amália por Cuca Roseta” conta também a história de Cuca Roseta no fado. Ao entregar-se com uma espantosa e arrepiante emoção a clássicos absolutos como “Com que Voz", “Barco Negro”, “Lágrima” ou “Vagamundo” entre outros, Cuca Roseta refaz os passos que a trouxeram para esta música, desde a sua entrada no fado até ao momento presente. Porque havendo outros nomes imprescindíveis no seu percurso – como Lucília do Carmo, Alfredo Marceneiro ou Camané –, ao olhar para trás e ao tentar perceber como poderia partilhar o seu percurso com o público, Cuca não demorou a perceber que Amália e os temas que popularizou estavam presentes em cada esquina da sua vida e em cada degrau na descoberta da sua voz única no fado.
Os fados e as marchas de Amália estiveram sempre presentes no seu percurso. “Lágrima” é, há muito, um dos seus temas preferidos de sempre do reportório de Amália – não por acaso, construído por Carlos Gonçalves para o poema da própria Amália. E é também por isso que “Lágrima”, single deste disco, surge aqui num momento sublime em que caberá apenas ao piano de Ruben Alves servir de amparo ao canto cristalino da fadista.
“Amália por Cuca Roseta” agradece também o quanto estes temas de Amália foram marcantes em várias fases da vida de Cuca Roseta. Ou seja, mesmo não tendo saído da sua pena, são coordenadas fundamentais para ajudar a cantora a mapear aquilo que lhe aconteceu fora dos palcos. Voltar a cantá-los equivale a refazer esses passos pessoais e ver-se transportada para momentos como a infância, ao cantar a mesma “Marcha do Centenário” – presença constante na sua meninice –, mas também para os seus primeiros dias no Clube de Fado, a casa de Mário Pacheco, onde Cuca fez a sua aprendizagem fadista noite após noite, apresentando-se diante do público enquanto mostrava, pela primeira vez, a emoção que transportava consigo sempre que um fado tomava conta das suas emoções e encontrava o caminho até à sua boca.
Ao registar agora este reportório em estúdio, Cuca Roseta descobriu também o quanto tem este reportório tão vivo em si e o quanto os vários anos de intimidade do seu canto estas palavras é acompanhado pela construção das suas próprias memórias e vivências que lhes foi acoplando. São temas que, não sendo seus, fazem parte de si e passam, para quem, ouve uma verdade sobre a sua arte e sobre os seus sentimentos que não pode ser fingida. Tal como fazem parte de si as guitarras portuguesas de Mário Pacheco, Luís Guerreiro e Sandro Costa.
Ao celebrar o seu encontro com a obra de Amália, Cuca Roseta celebra também a vida e os seus encontros. Aqueles que, em cada momento, fazem de cada um de nós aquilo que somos. E a quem, muitas vezes, falta dizê-lo assim, com todas as letras: Obrigado, Amália. Para não esquecer nunca o porquê de estarmos aqui.
Ouve aqui o novo álbum da Cuca Roseta, "AMÁLIA POR CUCA ROSETA".
[Verso 1] Quando eu entro numa sala Motherfuckers ficam a puxar da pala só p'ra tentar acertar Ultimamente tenho andado só de preto Porque da forma que mato tenho mesmo que andar de luto Não quero falar da fama Mas à pala dela eu apaguei a vela Para poder ver o meu lado oculto Rappers 'tão a tentar comparar carreiras Mas eu só vejo calhaus a competir com diamante bem bruto Visionário, eu vivo adiantado 'Tou pausado, em festas camuflado Nenhum preço me deixa chocado Sonhos 'tão-me a manter acordado Contrato, contrato dá cash O cash dá carro, o carro faz vrum Fica calado, não cuspas no prato Se eu cuspo no beat, carreira dá boom Uh, superstar Eu passo, eles querem cumprimentar Já que toda a gente diz que vai matar meu brilho Deixa pegar na pá, podes enterrar Fake snake, não morde, hmm Minha fam 'tá a bordo, hmm Sou boss, concordo, hmm Deixa-os falar de nós
[Refrão]
Uh 'Tás a falar muito então, uh Fuck a tua opinião, uh 'Tás a falar muito então, uh Qual é o problema, se nos 'tás a ver a viver bem? Qual é o problema, eu não vivo a vida de ninguém Qual é o problema, se nos 'tás a ver a viver bem? Qual é o problema? Qual é o problema? Qual é o problema?
[Verso 2] Rala pros manos de São Paulo Sempre que eu dropo é um estalo Nave espacial na garagem Milhares no meu bolso, é assim que eu te calo Já são quatro anos no topo Fica aborrecido, eu 'tou a ganhar calo Concorrência não é topo Última vez que os vi, 'tavam a descer no ralo Velocidade aumentada, ligada tomada Vestido com Gucci e com Prada P'ra dentro da mala da Vuitton Na boca da porra desses mini rappers Que querem bater à pala do lazer Eu vejo abelhas a saltar de flor em flor Que vão panhar overdose de mel Tu és 'tão broke Que nem no papel, pedra ou tesoura te calha o papel
[Refrão]
Uh 'Tás a falar muito então, uh Fuck a tua opinião, uh 'Tás a falar muito então, uh Qual é o problema, se nos 'tás a ver a viver bem? Qual é o problema, eu não vivo a vida de ninguém Qual é o problema, se nos 'tás a ver a viver bem? Qual é o problema? Qual é o problema? Qual é o problema?
Foi criada onde o medo tenta predominar devido a um vírus que invadiu o nosso quotidiano.
André ViaMonte está de regresso com novo single em português.
"Aqui" foi feita em contexto onde o medo tenta predominar devido a um vírus que invadiu o nosso quotidiano. A cultura está em risco. As pessoas lutam por se manterem sanas e outras por sobreviver. Famílias não conseguem se despedir dos seus entes queridos. Vivemos de facto num momento lamentável e dramático... mas também de grande solidariedade e de compaixão.
O vídeo de "Aqui" foi o resultado de amor universal e de sincronicidade. Agora mais que nunca, apesar de distantes temos que estar mais "próximos". Na verdade, recebemos de diferentes pontos do mundo (quer de profissionais ou não), momentos gravados do dia que pudessem transmitir mensagens de carinho, afeição... O resultado foi uma mensagem Universal dizendo de uma forma imagética: "Estamos todos AQUI".