Sabemos que ele é o “escritor de canções”, é-o há cerca de 50 anos, mas na verdade o que Sérgio nos tem trazido ao longo da sua carreira sob a forma de “canções”, são autênticas crónicas do seu e nosso quotidiano, e este “O Novo Normal” é uma inesperada confirmação disso mesmo.
Precisamente no mês em que celebrará 75 anos de vida, Sérgio Godinho surpreende com este “O Novo Normal”, um retrato hiper-realista da nossa agenda diária e do que a COVID 19 nos trouxe. E se o tempo foi de confinamento, é de assinalar que para seu mais recente original desde a publicação em 2018 de “Nação Valente”, Sérgio se rodeou de Samuel Úria, novo nestas parcerias com o “mestre”, e de Nuno Rafael, seu director musical e motor dos Assessores.
«E de repente, algo acontece que muda as nossas vidas. Parecia uma ventania longínqua, mas agora sopra no meio de nós, confundindo-nos e pondo-nos em frente de uma nova realidade. Um novo normal, uma visão distorcida e perturbadora das nossas certezas. “Nunca nada vai ser nunca igual”. Foi num breve fresco que retratei essa intensa realidade, no tempo de uma canção, “O novo normal”. Um retrato conciso também, setas ao alvo. Foi bom criar de novo, embora desta vez por motivos cruéis. Mas cria-se ao olhar para dentro e ao olhar para fora, na paz e na guerra, no hoje e num qualquer amanhã.» - Sérgio Godinho
«No meio de tanto desencanto, eis que 2020 me incumbe de tarefa tão encantada: trabalhar em cima do esboço dum gigante. O Sérgio Godinho tinha a letra e a ideia duma canção; o Nuno Rafael tinha um par de chaves de fendas para, comigo, apertar e desapertar a composição: cingir a estrutura, desnodar a melodia, libertar a ironia. Se o novo normal for colaborar com o Sérgio e com o Rafa, serei anormalmente feliz.» - Samuel Úria
«É sempre uma honra partilhar música com o Sérgio e com o Samuel, são minuciosos nas métricas e ambos bastante inspirados na escrita. O resultado do arranjo e produção levou “O Novo Normal” para uma sonoridade próxima do que havia imaginado para o álbum “Nação Valente” nomeadamente no posicionamento e tessitura da voz do Sérgio, com pouca informação instrumental à sua volta, mantendo-a o mais destacada possível. Estou bastante satisfeito com o resultado.» - Nuno Rafael
Aliás, foram estes mesmos assessores de luxo que estiveram em estúdio com Sérgio Godinho e asseguraram toda a instrumentação do tema - Nuno Rafael e Miguel Fevereiro nas guitarras; João Cardoso no piano e órgão; Sérgio Nascimento na bateria; e Nuno Espírito Santo no baixo eléctrico. A gravação no Estúdio Vale de Lobos, assim como as misturas, ficaram a cargo de Nelson Carvalho.
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